Dias Medievais em Castro Marim - 24 a 27 de Agosto

Não existe um universo imaginário que se preste mais à deambulação e ao sonho do que o medieval. A matéria de que é feita a memória desses tempos é indefinida e nela se confundem acontecimentos e lendas, imagens e sonhos de origem obscura, o natural e o sobrenatural, o visível e o invisível. O homem medieval vive numa floresta de símbolos, que descodifica continuamente. É por vocação um peregrino e um grande sonhador.
E se o tempo é a Idade Média, lugar mitológico e de “espantosas disformidades”, o espaço é o Castelo de Castro Marim. Os Dias Medievais no Castelo de Castro Marim propõem uma visita guiada à vida e ao imaginário de então, a uma Idade Média que se deixa sonhar e viver nas suas fascinantes contradições. Longe do stress do quotidiano contemporâneo e perto do imaginário do homem medieval, aquele que já é considerado um dos maiores acontecimento culturais a sul do Tejo, promete quatro dias e quatro noites de mistério e magia.

Vista à luz da nossa época, a Idade Média permanece um período distante e desconhecido, povoado de mistérios.
Mas para o concelho de Castro Marim, começa já a ser um livro aberto. Todos os anos, durante alguns dias, a vila esquece a electricidade, os automóveis, a tecnologia e os telemóveis e Castro Marim torna-se uma página arrancada de um livro de História.
Os milhares de pessoas, locais e visitantes, que aqui se deslocam, viajam na máquina do tempo para conhecer a Idade Média, um dos períodos mais fascinantes da história.
Organizados pela Câmara Municipal de Castro Marim e pelo Instituto Português do Património Arquitectónico, os Dias Medievais no Castelo de Castro Marim iniciam-se com a abertura da Feira Medieval e um desfile histórico pelas ruas da vila, que envolve centenas de figurantes representando as diferentes classes sociais de uma sociedade heterogénea: clero, nobreza, burguesia e povo. Relembrando tempos longínquos, o castelo é o palco da feira, onde dezenas de artesãos recriam ao vivo os ofícios da época, como padeiro, farmacêutico, boticário, tosador, barbeiro, ferreiro, peleiro e tecedeira, entre outras.
A conferir autenticidade à feira há também um espaço destinado à comercialização de produtos, à semelhança dos séculos XIII e XIV, onde não faltam o sal, peixe fresco e seco, polvo, pão e frutos secos Nas ruas, malabaristas, equilibristas e bobos, cuspidores de fogo, encantadores de serpentes, contadores de histórias e contorcionistas espalham a magia da época.
O passado medieval da vila ganha vida e forma dentro das paredes ancestrais do castelo, com provas de falcoaria,espectáculos com marionetas, danças de fogo e tocadores de harpa e alaúde.
Num ambiente totalmente adaptado à época, a vida na Idade Média é recriada no seu melhor, ou seja, sem a peste negra ou as guerras.
A Exposição de Instrumentos de Tortura e Punição deixa os visitantes arrepiados com os métodos então utilizados e satisfeitos por viverem no século XXI.
Nesta viagem pelos séculos XIII e XIV no castelo da vila, o tiro com arco, a falcoaria e o torneio medieval, três espectáculos típicos da época, deliciam os presentes pelos seus momentos emotivos. Circula uma moeda própria, os reais, que os visitantes poderem adquirir junto dos cambistas. Com ela podem fazer compras e levar um pedaço de magia destes dias de regresso ao passado para a realidade do século XXI.
Um dos momentos sempre aguardados com grande expectativa são os banquetes medievais, que reunem centenas de convidados. Os banquetes deliciam todos aqueles que provam a gastronomia da época e as suas iguarias. À luz misteriosa das tochas e ao som da guitarra clássica, os convidados deleitam-se com uma ementa medieval onde não faltam deliciosas entradas, sopas aromatizadas, pratos de caça da época e sobremesas irresistíveis, devidamente acompanhadas de vinho e cidra.
Esta viagem de sonho ao mundo misterioso e fascinante que foi a Idade Média termina iluminada pelo espectáculo de fogo-de-artíficio, que desperta todos os participantes e os chama de volta à realidade e à civilização contemporânea.