Cuidados a ter com águas-vivas (medusas ou alforrecas) e caravelas portuguesas

Aviso

A Autoridade Marítima Nacional, no seguimento do esforço de sensibilização que tem vindo a realizar junto da comunidade balnear sobre os cuidados a ter nas praias e zonas do Domínio Público Marítimo, alerta a população para os cuidados a ter com as águas-vivas (também conhecidas como medusas ou alforrecas) e caravelas-portuguesas, indicando como proceder em caso de avistamento e/ou contacto com estes animais.

As águas-vivas, também conhecidas como medusas ou alforrecas, são animais gelatinosos que vivem no mar, na coluna de água à superfície, e podem ter diferentes tamanhos formas ou cores. Estes animais têm tentáculos que podem libertar um líquido, potencialmente urticante perigoso. Este veneno serve para paralisar pequenos animais, dos quais se alimentam, ou como mecanismo de defesa. O contacto com uma água-viva pode produzir irritação na pele e até queimaduras ou outras reações graves e prejudiciais.

A caravela-portuguesa tem o nome científico de “Physalia physalis” e vive na superfície do mar graças ao seu flutuador cilíndrico, azul-arroxeado, cheio de gás. Os seus tentáculos podem atingir 30 m e o seu veneno é muito perigoso. Quando o banhista avistar este tipo de animal deve afastar-se, evitando o contacto. Se sentir uma picada, deve sair rapidamente da água, dirigindo-se de imediato ao nadador-salvador.

Está disponível a aplicação para smartphone “GelAvista” que reúne informação acerca destes animais, recorrendo à participação dos cidadãos que frequentam as zonas costeiras. Esta aplicação é de utilização comunitária, onde os utilizadores podem:

  • Efetuar o reconhecimento (através de comparação com as fotografias disponíveis);
  • Registar e visualizar os avistamentos destes animais;
  • Pode ainda ser consultado o sítio na internet https://gelavista.ipma.pt/, onde está disponível informação complementar.

 

SINTOMAS
Algumas espécies de águas-vivas (medusas ou alforrecas) podem picar, injetando veneno e causando reações locais e, no caso da caravela portuguesa, efeitos sistémicos ocasionais. Os sintomas da picada são dor forte e sensação de queimadura (calor/ardor) no local e ainda irritação, vermelhidão, inchaço e comichão. Algumas pessoas, especialmente mais sensíveis às picadas e venenos das águas-vivas, podem ter reações alérgicas graves, como falta de ar, palpitações, cãibras, náuseas, vómitos, febre, desmaios, convulsões, arritmias cardíacas problemas respiratórios. Nestes casos devem ser encaminhadas de imediato para o serviço de
urgência.

Estas espécies têm células chamadas cnidócitos usadas para alimentação e defesa, que são como minúsculas seringas que injetam substâncias tóxicas por contacto com outros animais. Os cnidócitos encontram se essencialmente nos tentáculos. No caso dos humanos, o nível de toxicidade depende da espécie e da quantidade de veneno injetada. Os cnidócitos permanecem ativos mesmo quando os animais estão mortos na areia da praia. A maioria dos contactos é acidental e ocorrem na praia. Por isso, é importante que os frequentadores das praias evitem tocar nos organismos arrojados especialmente nos tentáculos e saibam o que fazer caso
acidentalmente entre em contacto com os mesmos.

 

O QUE FAZER
No caso de haver contacto com águas-vivas (medusas ou alforrecas), deverá ter em conta os seguintes conselhos para prestar os primeiros socorros:

  • Não esfregar ou coçar a zona atingida para não espalhar o veneno;
  • Não usar água doce, álcool ou amónia;
  • Não colocar ligaduras;
  • Lavar com cuidado com a própria água do mar;
  • Retirar com cuidado os tentáculos da água-viva (caso tenham ficados agarrados à pele) utilizando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico ou água do mar;
  • Se possível, aplique bicarbonato de sódio misturado em partes iguais com água do mar;
  • Aplicar frio (água do mar gelada ou bolsas de gelo) no local atingido para aliviar a dor (o gelo não pode ser aplicado diretamente na pele, deve ser enrolado num pano);
  • Tomar um analgésico para aliviar a dor;
  • Aplicar uma camada fina de pomada própria para queimaduras.

 

No caso de haver contacto com caravela-portuguesa, deverá proceder da seguinte forma:

  • Não esfregar ou coçar a zona atingida para não espalhar o veneno;
  • Não usar água doce, álcool ou amónia;
  • Não colocar ligaduras;
  • Lavar com cuidado com a própria água do mar;
  • Retirar com cuidado os tentáculos da caravela-portuguesa (caso tenham ficado agarrados à pele) utilizando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico ou água do mar;
  • Aplicar vinagre no local atingido;
  • Aplicar bandas quentes ou água quente para aliviar a dor;
  • Consultar assistência médica o mais rapidamente possível.

 

Ficheiros: